



Bogusław Deptuła
Crítico e historiador de arte, curador de exposições, marchand, jornalista, apaixonado por culinária e cozinheiro autodidata; autor de vários textos sobre arte, literatura e alimentação, incl. “Literatura da cozinha”.
Agnieszka Sandomierz
Close-ups, tomadas estranhas, fragmentos, perspectivas invertidas - as pinturas de Agnieszka Sandomierz dominam os quadros fotográficos e as possibilidades simplesmente infinitas de memória das câmeras digitais. A estética dos tempos mais modernos, um fragmento em vez de um todo, um pedacinho, porque você não vai conseguir abarcar tudo de qualquer maneira. Porém, às vezes há algo forte e essencial nesse fragmento da realidade, um quadro aleatório então transferido para a tela. O paradoxo de focar em algo completamente aleatório, mas tentador, intrigante, porque é o suficiente para a coisa toda. Os tópicos mudaram. No início, prevaleceram as aventuras eróticas próprias, de amigos ou suspeitas em algum jornal, filme ou rede. Em seguida, os cachorros, os queridos buldogues franceses e suas belas e horríveise, portanto, bocas atraentes. Finalmente foi a vez dos próprios filhos, mas talvez ainda mais onipresentes e numerosos. Agora Sandomierz se concentrava em seu rosto atraente, mas transformável. Oferece possibilidades infinitas para experimentar, mudar, estilizar: óculos, suéter, não virgem, irmã, mártir,? Krutnica, vent …
- Não tenho fotos em casa, talvez porque me pinte - diz Agnieszka Sandomierz. - Todo mundo provavelmente tem necessidades individuais para fotos, eu claramente não as tenho. Por que isso está acontecendo? Talvez eu seja autodirigido e não goste das imagens dos outros ao meu redor. Não preciso desses outros mundos de meus colegas. Eu guardo o que consegui nas paredes ou no espaço de armazenamento. Enfim, não tantas paredes assim de novo, porque moro no sótão. Tem um com fotos dos meus cachorros, a maioria retratos daquele que não existe mais.