Em 1774, Johann Wolfgang Goethe completa "O Sofrimento do Jovem Werther" - um romance que lhe trouxe fama europeia e continua sendo uma das obras clássicas da literatura alemã até hoje. A publicação desta obra foi um marco para o poeta de 25 anos. Dois anos depois, Goethe se estabeleceu em Weimar, capital do Grão-Ducado da Saxônia-Weimar-Eisenach (Turíngia, Alemanha central), onde se tornou um oficial da corte de confiança e membro do conselho principesco. Como presente do príncipe de Weimar, Charles August, ele recebeu um presente especial: a Casa do Jardineiro na orla do magnífico parque que circunda o castelo ducal. Esta pequena mansão separada tornou-se a casa favorita do poeta.
Uma modesta casa de dois andares com paredes forradas de vinhas, adaptada de um antigo pavilhão de jardim, tornou-se para Goethe um local de trabalho e de encontro com outros poetas, filósofos e políticos. O escritor arrumou o jardim selvagem, estabeleceu canteiros de vegetais e canteiros de flores, bem como uma roseira e um beco com malva. Ele também plantou árvores frutíferas. Um caminho passava por baixo da porta da Casa do Jardineiro, levando ao coração do jardim - o famoso "Altar do Destino Auspicioso", que é a própria composição "escultural" de Goethe. Um pequeno monumento feito de dois cubos de pedra e uma esfera, simbolizando a ordem absoluta do mundo, contrasta claramente com a existência livre da natureza.
O poeta tratou seu próprio jardim como um laboratório - realizando experimentos em plantas, refletindo sobre a sistemática e terminologia do reino da flora. Ele parece tê-lo inspirado duas vezes - como estudioso e como poeta. O autor de "Fausto" colecionou avidamente obras de arte e peculiaridades geológicas, bem como pesquisou questões de anatomia, física e biologia. Goethe influenciou a forma dos layouts do parque em Weimar e seus arredores, ao modelar o parque do príncipe de acordo com seus próprios conceitos, projetando alguns edifícios e até arranjos de árvores. Foi um dos primeiros jardins paisagísticos ingleses na Alemanha.
Além da Casa do Jardineiro, Goethe também tinha uma residência na cidade, composta por um palácio e um grande jardim (o chamado Goethehaus am Frauenplan). Foi também aqui que ele conduziu experimentos botânicos, trouxe espécimes interessantes de plantas de suas viagens e cultivou um jardim que era principalmente de caráter utilitário.
O recanto impressiona pela sua naturalidade despretensiosa, distinguindo-o dos jardins mais românticos. Quanto mais se entra no museu - a casa do poeta, cheia de obras de arte, coleções de livros e minerais. Porém, não vamos ceder às aparências - não era um local de relaxamento, mas um espaço construído de forma extremamente precisa e pensativa por uma das maiores mentes do Iluminismo e do Romantismo europeu. Atualmente, este jardim, abandonado por várias décadas após a morte do escritor, foi reconstruído no formato da década de 1820, substituindo as hortas por gramados.
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