Pelo amor à harmonia conjugal
O símbolo do consentimento matrimonial, planta mágica que pode restaurar sentimentos extintos, é uma flor imperceptível: a flor do pântano com nove flores (Parnassia palustris). Ludwik Frey (Opowieści o plants Pieniny, Szczawnica 2010) deriva seu nome do deveternik proto-eslavo. Ele enfatiza que o nove era um número mágico para os eslavos, então o nove dígitos tinha que ter nove propriedades sobrenaturais. Um deles era certamente o poder de afastar a raiva, e o outro era a capacidade de trazer o esquecimento - como evidenciado pela lenda citada no Herbarz polonês, isto é, sobre a natureza de várias ervas e árvores e outras coisas pertencentes a Marcin de Urzędów, publicada em 1595. Passemos a palavra ao autor: “Dizem sobre esta erva,que quando um marido fez sua vontade contra sua esposa para matá-la, e levou sua esposa para a floresta, para fazer sua vontade lá, ela, indo, pegou a erva e a guardou, e o marido perdeu a cabeça também pela segunda e terceira vez "( P. 136/148) Marcin de Urzędów identifica o besouro nove com Anacampserum (uma planta inexistente, mas descrita por Plínio), "que a erva faz entre os esposos um grande amor". um registro de remédios para doenças corporais típicas, como "espinhas e desfiguração do rosto", "catarro excessivo", "dor no seio", "queda de cabelo", "cabeça girando", "deficiências hepáticas "ou" picadas de feras venenosas ".
O Marsh 9-moth é uma planta perene rizomatosa que cresce em toda a Polônia. Nas baixadas, opta por lugares úmidos (turfeiras, pântanos, margens de riachos), e nas montanhas também é mais seco e ensolarado. Vai ser difícil cultivá-lo no jardim, e nós mesmos temos que cavar o rizoma de um prado lamacento, porque nenhum dos membros da Associação de Viveiros Poloneses oferece uma planta. Não violamos os direitos, porque a árvore de nove dígitos não está protegida.
Para amor próprio
A história de Daphne é curta: nasceu da união da Mãe Terra Gaia com o deus do rio Penejos. Ela era a companheira de Artemis, gostava de caçar, mas não gostava de homens. Infelizmente para ela, ela chamou a atenção de Apolo. Ovídio em Metamorfoses (vv. 455-565) descreve seu encontro. Apolla impressiona com a beleza de Daphne e a enche de palavras doces, ela se recusa a ouvi-las e corre para fugir. Ele está perseguindo ela. Ela está cada vez mais apavorada, ele está cada vez mais apaixonado. Finalmente, Daphne pede a ajuda de seus pais para - despojá-la de sua beleza, já que ele a expõe a tais perigos, e seus pais misericordiosamente a transformam em um loureiro. Para sexólogos poloneses, Daphne é o símbolo de uma mulher com problemas: frio, não aceitar sua sexualidade,carnalidade relutante (Zbigniew Lew-Starowicz cunhou o termo "complexo de Daphne"). Associação fatal! Afinal, Daphne é uma mulher fugindo de um homem perigoso que a persegue com a intenção de estuprá-la! Portanto, deve ser um símbolo da mulher que tem consciência de si mesma, luta pela sua dignidade, admite o direito de se proteger e dispor de seu corpo de acordo com suas necessidades. Talvez a folha de louro deva se tornar um emblema manifesto ou marchas de trapos?dando-se o direito de se proteger e dispor de seu corpo de acordo com suas necessidades. Talvez a folha de louro deva se tornar um emblema manifesto ou marchas de trapos?dando-se o direito de se proteger e dispor de seu corpo de acordo com suas necessidades. Talvez a folha de louro deva se tornar um emblema manifesto ou marchas de trapos?
A árvore Daphne é um nobre louro (Laurus nobilis). Não é alto (até 10 m), tem vida longa, tem a forma de uma árvore ou arbusto com folhas lanceoladas brilhantes verde-escuras. Quando esfregadas exalam um cheiro característico que tanto apreciamos na cozinha. As flores e frutos são imperceptíveis, a casca é acinzentada. Em sítios naturais, o louro cresce no Mediterrâneo. Na Polónia, pode ser cultivado em recipientes, que escondemos durante o inverno em um lugar fresco, mas protegidos do gelo (por exemplo, em uma varanda de vidro ou em uma adega iluminada).
Por amor à virtude (e falta dela)
Nas cerimônias de casamento de Mazovia descritas por Oskar Kolberg, duas plantas tinham um significado especial: ruta era um símbolo de virilidade (e, portanto, "virtudes" no sentido dado a ela por catequistas, não filósofos), e o lúpulo representava liberdade sexual, fertilidade e virilidade masculina. Ambas as plantas aparecem nos cantos do casamento: arrependimento naquelas do início do casamento, saltos em uma canção no ápice: Pule, pule, seu ladrão, / você perseguiu a jovem atrás do pasto. (…) / Para que você não pule mais nos pólos, / / você não faria de moças moças mulheres. Nas canções do período do namoro, os cravos vermelhos e as maçãs vermelhas também tiveram destaque, simbolizando o sentimento de união dos jovens.
Ruta graveolens é nativa dos Bálcãs, mas se espalhou ao norte e ao sul. É uma planta perene com rebentos inferiores lenhosos que crescem até uma altura de 70-100 cm. Possui caule cinza-esverdeado, belas folhas pinadas e pequenas flores amarelas com pétalas ligeiramente brilhantes reunidas em inflorescências paniculadas. Necessita de sol e solo bem drenado e ligeiramente alcalino. Tolera o calor e a secura do solo.
Fica bem em canteiros de flores, pode ser plantada numa horta (folhas frescas ou secas são uma especiaria aromática para saladas e carnes), pode ser usada para criar bordaduras e sebes baixas.
O lúpulo (Humulus lupulus) é um alpinista perene no qual a Polónia é um magnata (em 2011 éramos o sexto no mundo - atrás da Alemanha, Estados Unidos, China, República Checa e … Etiópia). Não recomendamos que você comece as plantações imediatamente, mas vale a pena considerar a introdução de lúpulo em seu jardim. Durante a temporada, os rebentos atingem um comprimento de até 6 m. Se permitirmos que subam, irão cobrir rapidamente a pérgula pelo terraço ou a cerca de rede. O lúpulo sem suportes, por outro lado, funcionará como cobertura do solo. É decorada com belas folhas e flores lobadas: as masculinas são pequenas, brancas, reunidas em panículas soltas, as femininas não se parecem em nada com flores;são bastante semelhantes a alcachofras em miniatura ou cones de abeto (também são chamados de cones). Existem muitas variedades polacas de lúpulo valorizadas na indústria cervejeira, incl. "Lubelski" (cones verde-amarelos ligeiramente achatados, alta resistência a doenças), "Lomik" (pequenos cones verde-amarelos aparecem apenas em setembro), "Marynka" (cones pequenos, verdes claros, quase esféricos), "Sibyl" (alongados , cones grandes em um tom de verde suculento), "Iunga" (cones grandes, ovais, verdes claros). Para os cervejeiros, o conteúdo do chamado alfa-ácidos em cones, para proprietários de jardins, a beleza da planta é o mais importante. Com eles em mente, uma variedade de lúpulos foi criada. "Aureus"Ao longo da estação de crescimento, suas folhas são finas e seus cones também são marrons.
Pelo amor à saúde
Ślachetne Zdrowie, / Ninguém saberá, / Como você prova, / Até você quebrar - nós aprendemos este épico de Kochanowski de cor na escola primária, mas geralmente apreciamos seu significado muito, muito mais tarde. Não apresentaremos plantas com propriedades medicinais aqui, pois estaríamos mergulhados em um mar de informações. Apresentaremos apenas uma - escabiose, ou seja, Scabiosa. Seu nome é também o nome de um remédio para todas as doenças.
A Scabiosa era feita de várias dezenas de ingredientes (a adição de escabiose não fazia sentido, porque a planta tem um efeito antiparasitário) e foi comercializada como a Europa por muito tempo e por toda a parte até o século XVIII. Felizmente, esses não eram os tempos de grandes empresas farmacêuticas que patenteavam de bom grado até mesmo plantas medicinais, então a preparação do driakiv em cada lugar era um pouco diferente. Os mais famosos eram de Nuremberg e Veneza.
O gênero Scabiosa inclui 80 espécies de flores anuais, bienais ou perenes. Suas pequenas flores lembram flores de alho selvagem, em uma ampla gama de cores: do branco, passando por amarelos, vermelhos, roxos e azuis. Nos jardins polacos, o mais popular é o drakiew do Cáucaso (Scabiosa caucasica), uma planta perene que cresce até 60 cm de altura, de hábito solto e rebentos rígidos e fortemente ramificados. Ela floresce da primavera ao outono. Precisa de sol e solo calcário.
Pelo amor de uma criança
No mundo das plantas, o acanto expressa o sentimento de uma criança que não pode acabar com a morte. Diz a lenda que ele cresceu no túmulo da filha do escultor grego Kallimachos, que viveu no século 4 aC. O formato de suas folhas encantou tanto o pai desesperado que ele colocou sua imagem na capital da coluna que hoje chamamos de coríntia.
Akanty (Acanthus) são perenes de clima quente com folhas espinhosas e pequenas flores reunidas em pontas pontiagudas, tendo cores do branco ao roxo. O gênero é mais abundante no Mediterrâneo, e a espécie que inspirou Kallimachos foi o acanto macio (Acanthus mollis). Podemos cultivá-la em jardins poloneses, como o acanto (Acanthus hungaricus), mas é preciso levar em conta que em invernos frios as plantas podem sonhar. Acantas são plantas perenes altas (1-2 m), são boas como plantas de fundo em canteiros de flores, mas também podem ser plantadas em recipientes.
Pelo amor da mais alta sabedoria
Siddhartha Gautama (c. 560-480 aC) poderia governar com segurança seu pequeno principado aos pés do Himalaia. Afinal, ele foi educado para ser um bom herdeiro do trono e certamente estaria à altura da tarefa. No entanto, ele abandonou sua conhecida vida segura e viajou pelo mundo em busca de maneiras de aliviar o sofrimento humano. Ele viveu em ascetismo por seis anos, apenas para descobrir um dia que mortificando o corpo ele não se livraria do sofrimento. Então ele deixou seus companheiros e foi para o vilarejo de Bodh Gaya, onde se sentou sob uma figueira com a determinação de não deixar este lugar antes de atingir a iluminação. Depois de quarenta e nove dias lutando com os demônios que Mara, o deus da ilusão, enviou sobre ele, Siddhartha se iluminou e se tornou um Buda.Hoje, 376 milhões de pessoas em todo o mundo professam seus ensinamentos.
Hoje, a quarta geração da figueira Buda está crescendo no templo Mahabodhi em Bodh Gaya. Os seguidores a chamam de árvore Bo (ou Bodhi), ou a árvore da iluminação. É um pagode ficus (Ficus religiosa), com 30 m de altura, copa extensa, verde escuro, folhas macias, flores imperceptíveis e frutos majestosos. Como todas as figueiras, é uma planta de climas quentes (tropical e subtropical), por isso na Polónia só pode ser cultivada em vaso. Precisa de muita luz, rega moderada e proteção contra ácaros.
Pelo amor de ideais insuperáveis
Temos muitas flores em vários tons de azul - safiras, centáureas, genciana, jacintos, íris, miosótis, linho? A introdução desta cor acalma as composições das camas, é mais fácil descansar em interiores de jardins azuis e brancos.
O simbolismo das flores azuis é rico. Na linguagem vitoriana das flores, que permitiam falar sobre sentimentos sem palavras, podiam significar, entre outros "Tu és a minha única felicidade", "Manter a moderação", "Tu me envergonhas", "Estou repleto de gratidão", "O meu amor nada muda" e "Amo sem reciprocidade". As flores azuis tinham um significado completamente diferente para os românticos alemães - apesar da cor calma, elas simbolizavam energia, rebelião, busca pela perfeição, anseio por um mundo melhor. Tudo isso graças a um dos "livros de ladrões" - o romance de Henryk von Ofterdingen de Novalis. Neste romance inacabado sobre o crescimento, a figura de uma flor azul aparece várias vezes:desperta o herói da letargia, é um prenúncio de seu amor florescente por Matilda, lutando com as autoridades, procurando seu próprio caminho.
Ao plantar flores azuis nesta primavera, pensemos bem nos românticos. Afinal, todos sonhamos em perseguir o ideal, independente da idade.
Para amor idílico
Amaryllis belladonna (Amaryllis belladonna) são bulbos com flores no verão e no início do outono, muito semelhantes ao hipeastrum de inverno (Hippeastrum). Eles produzem flores perfumadas magníficas, geralmente brancas ou rosa. As variedades também incluem flores de duas cores, como vermelho-amarelo ("Michael Vassar") ou rosa-creme ("Johannesburg"). A planta floresce antes que as folhas apareçam. É difícil acreditar que essa beleza esguia e de aparência exótica que cresce até 70 cm tirou seu nome? menina do campo.
Amaryllis (traduzido por Arthur Sandauer Amaryllid) é a heroína da idílica Serenata escrita por Teócrito (1ª metade do século III aC). Ele dirige um pastor de cabras apaixonado por sua indiferença (minha cabeça dói, mas você não tem piedade! / Vou deitar até que os lobos rasguem meus ossos. / Que minha morte te traga muita alegria!). Ela não se deixa seduzir pelas maçãs que o admirador lhe traz de presente, nem se intimida quando ameaça entregar o bode prometido como presente a outro. Oh … ela se divertiu com um pastor não muito bonito com um nariz achatado e uma barba "em forma de cabra", e agora ela não quer conhecê-lo. Virgil em Bukoliki foi menos gentil com Amaryllis. Embora homenageie sua beleza, também alertaque sua raiva é tão perigosa para seus companheiros quanto um lobo espreitando os rebanhos.
No clima polonês, é mais seguro cultivar amarílis em vasos. Colocados no parapeito da janela, eles nos farão lembrar os encantos do amor idílico que arde rápido e … brevemente.
Pelo amor à tradição
Władysław Kopaliński cita em seu Dicionário de Mitos e Tradições Culturais a história da bétula Gryżyńska, que cresceu até 1875 em um vilarejo perto de Kościan na Grande Polônia. Segundo a lenda, uma criança que bateu em sua mãe deveria ter sido enterrada lá. Estendeu sua mão para fora da sepultura até que sua mãe a chicoteasse, a conselho do padre, com uma vara de bétula? Esta história comovente pode ser dedicada a todos os defensores da educação tradicional. Também é possível fazer peregrinações à aldeia de Gryżyna na comuna Kościan (as ruínas da Igreja de St. Martin, ao lado da qual cresceu o vidoeiro salvador, ainda estão de pé, a julgar pelas fotos na Wikipedia).
Assim, a bétula pode simbolizar a vida tradicional e obediente em uma família patriarcal, mas ao mesmo tempo é um símbolo do que nada tem a ver com esse sistema familiar (e social). Os galhos de bétula e as árvores jovens eram usados pelos eslavos nos rituais da primavera, quando se alegravam com o florescer da natureza e pediam uma boa colheita e uma aura favorável. E isso foi expresso não apenas por meio de canto e dança. Também sexo alegre.
No Dia dos Namorados, desejo a todos - incluindo os tradicionalistas - a segunda leitura do símbolo da bétula.
Fontes:
A Little Encyclopedia of Ancient Culture, PWN, Varsóvia 1990.
Maria Ziółkowska, Gawędy sobre árvores, People's Cooperative Publishing House, Varsóvia 1988.
Ovid, Metamorfozy, trad. Anna Kamieńska e Stanisław Stabryła, Ossolineum, Wrocław 1995.
Les metamorphoses d? Ovide mises en vers françois par T. Corneille, Lista 1698.
Teokryt, Sielanki, trad. Artur Sandauer, PIW, Varsóvia, 1981.
Marcin de Urzędów, Herbarz polonês é sobre ervas naturais e várias árvores e outras coisas para médicos pertencentes a dois livros, Cracóvia 1595.
Novalis, Henri d? Ofterdingen (em:) "Nouvelle Revue germanique", Librairie parisienne, Strasbourg 1832.
Oskar Kolberg, Mazovia: uma imagem etnográfica. Vol. 1, Field Mazovia. º. 1, gráfica WL Anczyca, Cracóvia, 1885.
Władysław Kopaliński, Dicionário de mitos e tradições culturais, PIW, Varsóvia 1987.
